Os quase 400 detentos do Presídio
Provisório Raimundo Nonato Fernandes, na zona Norte de Natal, estão
aproveitando um período de "férias" na unidade. Desde o domingo, dia 29
de abril, eles estão soltos pelo pavilhão, solário e quadra da
penitenciária. Na semana passada, um curto-circuito derrubou a energia
do local e, em virtude da superlotação das celas, os detentos não
agüentaram ficar sem os ventiladores, tendo quebrado grades e cadeados
para ganhar espaço do lado de fora. A Secretaria de Justiça e Cidadania
(Sejuc) ainda não enviou um técnico, que fosse capaz de solucionar os
problemas. De acordo com a direção, o clima de insegurança é constante.
"Não mudou nada desde a última vez que
vocês vieram aqui". As palavras são do diretor interino do presídio,
Almir Medeiros. A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no
local duas vezes durante a semana passada e nesta segunda-feira (7)
constatou a permanência dos problemas. Os 383 presos estão espalhados
pela quadra e há informações de que não está sendo realizada a contagem
deles, capaz de identificar eventuais fugitivos. A informação é negada
pela direção, que alega realizar uma chamada para assegurar a presença
dos presos.
Para sair das celas, os presos quebraram
grades e cadeados. Após a restauração da energia, a direção planejará
como ocorrerá o conserto. A Sejuc enviou os cadeados para reposição,
mas ainda não há resposta quanto ao conserto da deteriorada parte
elétrica da unidade. "Eles falaram que mandariam essa semana. Até agora,
não chegou ninguém aqui", disse Medeiros
"A nossa preocupação é constante. Ninguém
sabe quais as intenções deles, que agora estão soltos", reforçou o
diretor interino. À reportagem, funcionários relataram que apenas uma
grade os separam dos quase 400 detentos. À noite, além do cadeado, a
grade recebe o reforço de correntes e algemas para evitar problemas.
Exoneração
O diretor do presídio Raimundo Nonato
pediu exoneração do cargo. Alexandre Bosco disse que a situação de
"falta de estrutura da unidade" lhe incomodava e não encontrava
respostas das autoridades frente a pedidos de melhoras. "Enviava vários
documentos pedindo alguma alteração. Mas nada aconteceu", disse. O
agente penitenciário José Olímpio, que responde interinamente pela
Coordenação da Administração Penitenciária (Coape), disse ter sido
informado do pedido de desligamento do antigo diretor. "Já encaminhei um
pedido de substituição para o Gabinete Civil", disse. Olímpio se
mostrou preocupado com a situação do Presídio Raimundo Nonato.
Para ele, o fato de os detentos
permanecerem fora das celas é bastante preocupante. "É um problema
grande. Quando o preso está trancado já é um problema, imagine solto,
podendo planejar o que quiser. Até cavar buracos em celas, e no
refeitório, onde os agentes não vêem. Tudo isso é possível", afirmou.
Olímpio disse ter comunicado à Secretaria de Infraestrutura do Estado
sobre a necessidade de manutenção na rede elétrica do presídio. No
entanto, ainda não há previsão para a realização do serviço.
Com informação da redação do site: http://serido190.com/
Republicado por : RONDA MGR
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