Divulgação/PM
Os detentos cuidam de uma criação de abelhas e podem vender o mel produzido no local
Com selo ISO 9001, o presídio é considerado modelo. A corporação faz questão de reforçar isso e conta que os detidos no local têm índice de reincidência no crime “quase nulo”. O Romão Gomes abriga militares que aguardam julgamento e aqueles que já foram condenados. Todo o esquema de funcionamento é fundamentado na ideia de devolver a liberdade gradualmente aos presos, que vão avançando nos chamados “estágios” à medida que apresentam bom comportamento. Há muita oferta de trabalho lá dentro, inclusive em empresas particulares que mantém oficinas com variadas finalidades (produção de lâmpadas, casinhas de cachorro, ferramentas etc). Leia mais notícias no R7
A reportagem do R7 visitou o presídio na primeira quinzena de março e conversou com funcionários (veja mapa da estrutura abaixo). Recém-chegado, Mizael Bispo ainda está no primeiro estágio da detenção, o vermelho. Ele usa camiseta marrom, dorme em triliche e tem que se deitar rigorosamente às 22h todas as noites. O estágio vermelho é a fase que mais se assemelha ao esquema de um presídio comum. A área em que os novatos podem circular é muito limitada, há horários para banhos de sol e o trabalho não é obrigatório.
Mesmo sabendo das regras iniciais rígidas, Bispo escolheu abrir mão de seu direito a ficar em uma Sala de Estado Maior (destinada a advogados) para aguardar seu julgamento no centro de detenção da zona norte.
Estrutura
Em cima do prédio administrativo fica o alojamento. O espaço já é privilégio dos detentos que passam para o segundo estágio, o amarelo. Da mesma forma que no vermelho, 12 pessoas ocupam cada cela, mas o espaço é maior. A área em que os detentos nesse estágio podem circular dentro do Romão Gomes também aumenta e a cor da camiseta que eles usam muda para amarela. Essa aliás é a mesma cor da blusa dos detentos no terceiro estágio.
Mizael Bispo se entregou à Justiça mais de um ano após ter sua prisão decretada (Foto: Rodrigo Coca/15-07-2010/AE)
Não há um tempo determinado para um detento permanecer em cada estágio. Um "bom relacionamento" lá dentro pode ajudar na ascensão de uma para outra, mas é o apego ao bom comportamento que define melhor a transição. Se a pessoa apresentar alguma “novidade” — desvio de conduta, na linguagem dos presos — pode haver regressão de estágio.
O terceiro nível, o verde, é o último antes do regime semiaberto, que é concedido pela Justiça e não pelo regulamento interno do Romão Gomes. Nessa fase, os detentos podem circular por quase toda a área do presídio, inclusive pelo Recanto dos Colibris, onde há a criação de animais para venda externa. Segundo os próprios detentos, praticamente é a consciência deles que os mantém dentro do complexo nesta fase, já que a área a que eles têm acesso é separada da rua apenas por um trecho de mata fechada, um portão de ferro baixo e um muro de tamanho padrão.
Fazenda
Três detentos tomam conta hoje das criações de animais do Recanto dos Colibris. De camisetas amarelas, calças cinzas e largas botas de borracha, eles circulam o dia todo entre as baias de porcos, viveiros de pombas, periquitos, marrecos e os galinheiros. Um grande galpão serve de cozinha para a produção de embutidos, como bacon e linguiça. O dinheiro das vendas dos produtos é enviado às famílias dos responsáveis pelas criações.
Do lado de fora do galpão, uma mesa extensa é utilizada pelos detentos para fazer as refeições compostas por produtos da minifazenda. No cardápio de quarta-feira, por exemplo, sempre há uma farta feijoada acompanhada por farofa e arroz branco.
Não há um tempo determinado para um detento permanecer em cada estágio. Um "bom relacionamento" lá dentro pode ajudar na ascensão de uma para outra, mas é o apego ao bom comportamento que define melhor a transição. Se a pessoa apresentar alguma “novidade” — desvio de conduta, na linguagem dos presos — pode haver regressão de estágio.
O terceiro nível, o verde, é o último antes do regime semiaberto, que é concedido pela Justiça e não pelo regulamento interno do Romão Gomes. Nessa fase, os detentos podem circular por quase toda a área do presídio, inclusive pelo Recanto dos Colibris, onde há a criação de animais para venda externa. Segundo os próprios detentos, praticamente é a consciência deles que os mantém dentro do complexo nesta fase, já que a área a que eles têm acesso é separada da rua apenas por um trecho de mata fechada, um portão de ferro baixo e um muro de tamanho padrão.
Fazenda
Três detentos tomam conta hoje das criações de animais do Recanto dos Colibris. De camisetas amarelas, calças cinzas e largas botas de borracha, eles circulam o dia todo entre as baias de porcos, viveiros de pombas, periquitos, marrecos e os galinheiros. Um grande galpão serve de cozinha para a produção de embutidos, como bacon e linguiça. O dinheiro das vendas dos produtos é enviado às famílias dos responsáveis pelas criações.
Do lado de fora do galpão, uma mesa extensa é utilizada pelos detentos para fazer as refeições compostas por produtos da minifazenda. No cardápio de quarta-feira, por exemplo, sempre há uma farta feijoada acompanhada por farofa e arroz branco.
Segundo os detentos, vez ou outra, a rotina do presídio é quebrada por eventos com a presença de visitantes. Na semana passada, foi a vez de um casamento comunitário. Oito detentos assinaram o contrato de matrimônio na presença de um juiz de paz no refeitório do Recanto.
O Dia das Crianças também é data que não se passa em branco no Romão Gomes. Todos os anos, uma grande festa é oferecida às famílias dos detentos, com direito a palhaços e distribuição de doces para a meninada, que passa o dia nas dependências.
Fonte: http://noticias.r7.com/
Republicado por: RONDA MGR
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