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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

“Paquerar” durante o serviço, pode?

Caso este blog se permitisse ao revanchismo gratuito, usaria a notícia discutida neste post para criticar os machões empedernidos que, ao resistir à presença das mulheres nas polícias, se utilizam de casos individuais para negativar todas as policiais femininas. Ou mesmo aqueles que acham que garantir os direitos dos homossexuais nas polícias (garantir que não serão assediados moralmente), em virtude da discriminação que sofrem, é “sexualizar” a instituição. Mas, responsavelmente, devemos admitir que o caso que se segue é individual – mesmo que não seja isolado.
É que um agente de trânsito no Rio Grande do Sul se utilizou de dados coletados em uma ocorrência para “paquerar” uma jovem, chegando a enviar uma mensagem de celular onde pediu os contatos da moça em redes sociais. A moça, diferentemente do que deve acontecer com outras mulheres, se sentiu ofendida e teve a coragem de denunciar o caso:

A estudante de administração Wanessa da Silva, 25 anos, diz ter recebido uma mensagem de texto em seu celular, na madrugada deste domingo (9), após ser parada em uma blitz de trânsito em Porto Alegre. Na ocasião, ela se recusou a fazer o teste de bafômetro e teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida.
“Tinha tomado bebida alcoólica no começo da noite de sábado (8), perto das 21h. A abordagem na fiscalização aconteceu por volta da 1h30 de domingo. Na dúvida em saber se meu corpo já tinha absorvido a bebida resolvi não fazer o teste. Embora eu estivesse sóbria, pois fazia tempo que tinha bebido, preferi não fazer o bafômetro”, disse a estudante.
A mensagem recebida por Wanessa é a seguinte: “Wanessa peguei o numero teu enquanto vc disse pro colega qdo ele pediu teu endereço. So quero que digas se posso saber teu MSN, Facebook, Orkut algo do tipo p/ conversarmos melhor e te Add nos meus contatos?Me da um retorno se possivel, sou o rapaz quem fez os testes do bafometros em vcs! Fernando/EPTC (sic).”
Assim que recebeu a mensagem, Wanessa diz ter lembrado do rapaz durante a abordagem. “Ele não parava de olhar para meu decote, achei estranho, mas fomos embora. Para minha surpresa, veio a mensagem pelo celular. Achei um absurdo”, afirmou a estudante.
Ela disse ainda que enviou um email disponível no site da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), na noite de domingo, mas que até agora não obteve resposta da empresa. “Fui hoje [quinta-feira (13)] buscar minha CNH que estava apreendida e ninguém falou comigo sobre o caso. Quando voltei para casa, liguei para a EPTC para saber se o caso seria investigado e se eu poderia ter acesso às investigações, mas falaram apenas que me ligariam para falar pessoalmente sobre o caso. Até agora ninguém me procurou.”
Leia mais no G1…
Talvez o leitor (principalmente o macho) ache bobagem o incômodo da mulher. Mas provavelmente mude de posicionamento caso sua mãe ou esposa estivesse no lugar da corajosa Wanessa. Se tudo aconteceu como descrito, o servidor agiu sem parâmetros éticos, se expôs vergonhosamente, e didaticamente nos mostrou o que é “sexualizar” a atividade policial.

Com Informação da Redação do: http://abordagempolicial.com/
Republicado por : RONDA MGR

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